A LENDA DO TÊNIS NAS QUADRAS E A MULHER QUE LUTA POR IGUALDADE NA VIDA

Ela não é apenas uma lenda do tênis mundial, é uma das lendas vivas do esporte, e mais: destacou-se como ativista ferrenha dentro e fora das quadras na luta pela igualdade dos sexos. Ela é Billie Jean King, que nasceu na Califórnia em 1943 como Billie Jean Moffitt (o sobrenome King foi adotado desde a época em que se casou com Lawrence King).

A TRAJETÓRIA

De personalidade forte, de extrema perspicácia e um certo excesso de perfeccionismo, King aprendeu a jogar tênis em quadras públicas. Uma das suas características marcantes era jogar usando os óculos. Algumas rivais chegaram a cravar que a fraqueza da tenista era sua impaciência. Mas uma mente focada, que chegou ao auge da carreira nos anos 1970. E já ensinou um dia: “A pressão é um privilégio, e o que você faz com ela é o que importa”.

O SUCESSO

King terminou a carreira com 129 títulos de simples, sendo 12 de grand slams em simples. Em duplas, conquistou 16 grand slams em duplas femininas e 11 em duplas mistas. Na trajetória de sucesso, chegou a boicotar o Aberto de LA, em 1970, um dos mais importantes torneios da época, por causa da diferença dos prêmios pagos entre os homens e mulheres. Dois anos depois, ameaçou não competir no US Open no ano seguinte, caso não houvesse a igualdade na premiação.

A tenista marcou época também em 1973, na famosa Batalha dos Sexos, em que ela venceu Bobby Riggs, ex número um do mundo, declaradamente sexista. A partida, que foi a primeira da história entre atletas de sexos opostos, também tornou-se um símbolo de luta contra o machismo e virou até inspiração para o filme de mesmo nome, em 2017.

A BANDEIRA CONTRA O MACHISMO

Billie Jean King  só aprimorou a bandeira ao longo dos anos, assim como fez dentro das quadras. Talvez por assumir a homossexualidade, sendo uma das primeiras no esporte com tal coragem, a lenda do tênis aposentou-se em 1984, mas continua a ser uma advogada “sem papas na língua”, contra o sexismo não apenas no esporte, mas em toda a sociedade.

Reconhecida pelo talento e autenticidade, King foi condecorada em 2009 pelo presidente americano Barack Obama, com a mais alta honraria civil dos Estados Unidos: a Medalha da Liberdade. O complexo onde é disputado o US Open foi nomeado “USTA Billie Jean King National Tennis Center”, em homenagem à tenista. 

E como genuína vencedora atleta em busca da perfeição, também já proferiu a frase: 

“Campeões continuam jogando até acertar.”

Se King parou, eis um bom sinal…

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