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Aquela que tornou-se mulher e lutou por igualdade

Dona de ideias revolucionárias e muito à frente do seu tempo, Simone Lucie Ernestine Marie Bertrand de Beauvoir abriu caminhos para estruturar um novo pensamento social, especialmente acerca da mulher e do seu significado no mundo. É dela a frase famosa: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”, proferida diante de uma sociedade machista que foi obrigada a engolir uma pensadora genial e altamente instruída, cujo sentimento de liberdade ajudou a transformar a Cidade Luz e o movimento feminista do século XX.

A VIDA E CONTRIBUIÇÃO DE BEAUVOIR

Conhecida apenas como Simone de Beauvoir, nasceu em Paris na França, em 1908. Membro de uma tradicional família burguesa católica, desde a juventude demonstrou grande apreço pelos e costumava dizer que: “Por vezes a palavra representa um modo mais hábil de se calar do que o silêncio”. Estudou Matemática no Instituto Católico de Paris e Literatura e Línguas no Instituto Saint-Marie, além de Filosofia na prestigiada Universidade de Sorbonne.

Nos anos 30 e 40 lecionou em diversas instituições, mas, durante a ocupação nazista deixou o país, retornando apenas depois do final da Guerra. Ao longo da vida produziu importantes obras para a literatura como romances, ensaios e biografias. Sua contribuição mais emblemática, entretanto, foi o livro “O Segundo Sexo, publicado em 1949. Nele, De Beauvoir, reflete sobre a opressão que a sociedade impõe à mulher, além de promover uma revolução moral seguindo a convicção de existencialismo feminista.

A PARCERIA DE VIDA COM SARTRE E SEU LEGADO

Durante seu período de estudos em uma das universidades de maior prestígio da Europa, Beauvoir conheceu Jean Paul-Sartre. Filósofo, escritor e crítico francês, Sartre era também um dos grandes representantes do Existencialismo. Mantiveram um relacionamento aberto – pois não eram adeptos à monogamia – por cerca de 50 anos, além de se tornarem parceiros intelectuais por toda a vida. Nunca se casaram ou tiveram filhos. Mas, juntos, fundaram, em 1945, a revista mensal “Os Tempos Modernos”, com Merleau-Ponty e Raymnond AronO periódico ajudou a propagar suas ideias sobre filosofia, política e questões sociais, que certamente influenciaram o pensamento existencialista e a teoria feminista do passado e do presente. 

A significativa contribuição na luta pela igualdade de gênero atualmente ainda encontra inspiração em Simone de Beauvoir e em sua essência libertária: “Querer ser livre é também querer livres os outros”.
A morte e o envelhecimento também foram retratados em seus escritos. No livro “A Cerimônia do Adeus”, de 1981, ela narra os últimos anos de vida de Sartre, que havia partido no ano anterior, e compartilha suas reflexões acerca da velhice. Cinco anos mais tarde, Simone de Beauvoir morre aos 78 anos de idade. Os dois corpos, que em vida foram tão afinados na maneira de pensar, estão enterrados no mesmo túmulo, no Cemitério de Montparnasse.

 

Para conhecer mais histórias de mulheres que inspiram, acesse Perfil Mulheraço.

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