A CORAGEM DE QUEM ENFRENTOU RISCOS À FRENTE DA DUDALINA
A história de empreendedorismo começa quando Adelina, esposa de Duda, resolve produzir e vender camisas de seda para não ficar no prejuízo com o estoque de tecido do armazém da família. A marca Dudalina nascia ali, em 1957. E, junto com ela, começava também a história que levaria Sônia Hess de Souza – uma dos 16 filhos do casal – ao sucesso e à presidência da empresa que ajudou a expandir.
A HERANÇA DO DNA EMPREENDEDOR
A característica empreendedora da mãe foi o grande exemplo para a família natural de Luiz Alves em Santa Catarina. Enquanto se dividia entre a criação dos filhos e afazeres domésticos, Adelina começou uma pequena confecção com a ajuda das irmãs e, logo depois, com a contratação de duas costureiras. A princípio o trabalho era feito no quartinho de empregada da casa que viviam e de onde retiravam as camas para acomodar os equipamentos e tecidos durante o dia.
Com a produção em mãos, a matriarca saía para vender as camisas para comerciantes de outras cidades e só retornava para casa quando todo o estoque terminava. Essa foi a referência de governança que sempre permeou os negócios da família.
O CRESCIMENTO DA DUDALINA
Com o passar dos anos a família abriu lojas em Balneário Camboriú, onde costumavam passar férias durante os anos 70. As lojas eram tocadas separadamente pelos homens e pelas mulheres da família e a pequena Sônia desde cedo já era considerada a melhor vendedora da loja das meninas.
A marca se consolidou no ramo de confecções e levou a menina, aos 17 anos, à Espanha, para se especializar e aprender novas técnicas: “Eu não tinha a menor habilidade para costurar, mas aprendi a ensinar a costurar”. A experiência adquirida fora do Brasil a colocou no caminho para Minas Gerais, onde passou a instruir as costureiras de outras fábricas.
Formada em Administração de Empresas, entrou de vez para os negócios e em 2003, de volta à Santa Catarina, assumiu a gestão da Dudalina. A nova fase foi marcada por estruturação da parte comercial, do departamento de marketing e por cuidados com manutenção que eram acompanhados de perto. Além disso, criou um Programa de Participação nos Lucros mais transparente.
O RISCO QUE DEU RESULTADO
No comando da Dudalina, Sônia Hess foi responsável por um crescimento anual de 30% da marca desde 2009. Sua maior aposta foi colocada em prática dois anos depois da morte da mãe. “Em 2010 eu tinha um estoque de tecidos que queria transformar. Chamei colaboradores para criar uma coleção para mulheres. Fiz uma loja e lancei uma linha feminina de camisas para ‘mulheres que decidem’. Foi um espetáculo!”, relembra.
A partir dali, Dudalina entrou também para o varejo chegando a 70 lojas próprias em 2012. No ano seguinte, 72,27% do capital foram vendidos para bancos de investimentos por cerca de cerca de R$ 650 milhões. E, em 2014, a marca anunciou fusão junto à Restoque, criando a maior varejista de roupas de alto padrão do Brasil. Sônia permaneceu na presidência até 2015, quando deixou de vez o mundo empresarial.
Sua história de empreendedorismo deixou um legado de mais de 100 lojas da Dudalina espalhadas pelo Brasil e em outros países, como Equador, Itália, Suíça e Panamá, além de ter produtos comercializados para outros 55 países.
Atualmente, a ex-empresária é vice-presidente do Grupo Mulheres do Brasil que incentiva o protagonismo feminino. A atuação do Grupo engloba educação, saúde, empreendedorismo, políticas públicas, cultura e várias outras frentes de transformação.
Mesmo no terceiro setor, Sônia mantém vivo o DNA empreendedor herdado da mãe, que assim como ela, foi um Mulheraço inspirador. Ela ensina que: “Se fizemos um planejamento e estabelecemos as metas, o resultado tem de aparecer”, pois a sua receita de sucesso é localizar o problema e a solução.
Para conhecer mais histórias de mulheres que inspiram, acesse Mulheraço Inspiração.