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A história do inconfundível símbolo latino-americano

Figurino diferenciado feito em cores vibrantes. Turbante ornamentado com frutas e badulaques. Apresentação performática, capaz de mesclar o sensual e o cômico com maestria. Assim era Carmen Miranda, o símbolo latino-americano inconfundível com o seu samba e alegria.

Conhecida também como “Pequena Notável”, em dado momento de sua carreira meteórica recebeu críticas exatamente por apresentar ao mundo uma personagem extravagante. Por isso, lutou para apagar esse estereótipo quando se mudou para os Estados Unidos.  Considerada a artista do Brasil de maior projeção internacional, talvez Carmen tenha conseguido ser lembrada das duas maneiras.

A ASCENÇÃO DE CARMEN MIRANDA

Nascida em Canaveses, área rural de Portugal, em 1909, foi batizada como Maria do Carmo Miranda da Cunha. Com menos de um ano de idade, se mudou para o Brasil, junto com sua mãe e irmã, para viver com o pai que as aguardava no Rio de Janeiro. Criada na Lapa, adotou o apelido de “Carmen” e frequentou o Colégio de Freiras até abandonar os estudos aos 15 anos. Logo depois, começa a trabalhar com moda numa pequena confecção onde aprende a costurar e adquire gosto pelos turbantes que seriam a sua marca registrada.

Sua carreira artística começa, oficialmente, em 1929 na Rádio Sociedade. Ali, gravou a primeira música, o samba “Não Vá Simbora”, de Josué de Barros. Mas, foi com “Taí”, composta por Joubert de Carvalho,  em 1930, que Carmen Miranda se torna um fenômeno. Ela atinge a marca, expressiva para a época, de 35 mil cópias de discos vendidos no ano de lançamento. Posteriormente, sai em turnê internacional pela Argentina, onde voltaria oito vezes depois de conquistar o carinho e admiração dos hermanos.
Além de ser a primeira mulher a assinar contrato com uma rádio, recebe ainda o título de “maior cantora popular brasileira”. O sucesso estrondoso começa a chamar atenção até mesmo da Broadway, principal referência em teatro musical profissional do mundo.

DO CINEMA PARA A BROADWAY E PARA O MUNDO

Em 1936, faz sua estreia no cinema brasileiro na comédia musical “Alô, alô Carnaval”. Em 1939, brilha na produção “Banana da Terra”, onde aparece caracterizada de baiana pela primeira vez e canta – aquele que se tornaria um dos seus maiores clássicos – “O que é que a baiana tem”, de Dorival Caymmi. 

No ano seguinte, Carmen Miranda vai para os Estados Unidos, onde se radicou, e inicia mais uma etapa bem-sucedida de sua trajetória. Fez 14 filmes, se apresentou para o presidente Roosevelt durante evento na Casa Branca e chegou a ser a mulher mais bem paga de todo o país em 1945.
O ícone do século XX, que transformou a cultura popular e hipnotizou plateias pelo mundo inteiro, também foi a primeira brasileira a ganhar uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.

A CONTURBADA VIDA PESSOAL

Consagrada internacionalmente, em 1947, Carmen Miranda se casa com o americano David Sebastian. O marido se torna seu empresário e, nesse meio tempo, é apontado como responsável pelo consumo de bebida alcoólica em excesso e pela incapacidade de gerir sua carreira. Posteriormente, com o casamento já em crise, a estrela se torna dependente química também de medicamentos antidepressivos e ansiolíticos. Como resultado, em 1954, viaja ao Brasil para rever a família, mas decide permanecer por um período de quatro meses para cumprir tratamento de desintoxicação em uma clínica. De volta à América, é vítima de um ataque cardíaco e é encontrada morta em sua casa, em Beverly Hills, em agosto de 1955.

Para conhecer mais histórias de mulheres que inspiram, acesse Mulheraço Inspiração.

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